terça-feira, 21 de maio de 2013

Noruega: bem-estar e mercado de trabalho


Na reunião de pesquisa da AISS, a secretaria do Trabalho da Noruega tece alguns pontos:

·                                 A Noruega, um dos países mais pobres da Europa há 100 anos, perdeu um terço da população pela migração ao exterior.
·                                 A Noruega é atualmente um dos países líderes em termos de "confiança" entre a população.
·                                 A riqueza petroleira não é suficiente para financiar o sistema de bem-estar. Na verdade, o esforço total do trabalho é o que determinará o destino do estado de bem-estar. A oferta de trabalho diminui 7% em meados do século pelo envelhecimento, mas o governo norueguês pensa que o que veem fazendo para elevar a oferta de trabalho está sendo exitoso. Pensam que o mais realista é que nas próximas décadas se incrementaria a participação dos trabalhadores, pois a média das horas por trabalhador não vai aumentar.
·                                 Não se considera que diminuir benefícios seja necessário para aumentar as taxas de participação. Pelo contrário, se o sistema de bem-estar é de confiança, a população será mais empreendedora. Se necessita de uma graduação política de benefícios, pois o sistema (como é na maior parte do mundo) é de "tudo ou nada": se alguém recebe uma pensão de invalidez ou um auxílio-doença, o recebe 100% ou não recebe nada. Tem havido um incremento massivo nos serviços de cuidados as crianças, e melhorar a qualidade é vista como fundamental para o aumento da oferta de trabalho.





Neste gráfico, vemos algumas coisas interessantes: Noruega aproveitou o boom dos preços do petróleo para reduzir de forma significativamente a dívida pública (este é o U invertido que se vê de 2000 a 2012). Estão alcançando um efeito para aumentar a participação laboral; esta é a maior linha no gráfico (que é algo que não está acontecendo, em geral, na Comunidade Europeia). A Noruega não está na Comunidade e não usa o euro, e tem mantido uma taxa de câmbio mais estável (têm conseguido a reavaliação de 2000 até hoje, mas o tipo de câmbio é aproximadamente o mesmo que nos anos noventa).
Lições para a América? Creio que são: pensar em como manter uma oferta de trabalho elevada, definir grandes soluções para o desafio de cuidar das crianças e dos idosos para permitir que as mulheres trabalhem. Aproveitar o boom do petróleo e de “commodities” para reduzir a dívida pública (poucos têm feito).

 

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