Na reunião de pesquisa da AISS, a secretaria do Trabalho da
Noruega tece alguns pontos:
·
A Noruega, um dos países mais pobres
da Europa há 100 anos, perdeu um terço da população pela migração ao exterior.
·
A Noruega é atualmente um dos países
líderes em termos de "confiança" entre a população.
·
A riqueza petroleira não é suficiente
para financiar o sistema de bem-estar. Na
verdade, o esforço total do trabalho é o que determinará o destino do estado de
bem-estar. A oferta de trabalho
diminui 7% em meados do século pelo envelhecimento, mas o governo norueguês pensa
que o que veem fazendo para elevar a oferta de trabalho está sendo exitoso. Pensam que o mais realista é que nas
próximas décadas se incrementaria a participação dos trabalhadores, pois a
média das horas por trabalhador não vai aumentar.
·
Não se considera que diminuir
benefícios seja necessário para aumentar as taxas de participação. Pelo contrário, se o sistema de
bem-estar é de confiança, a população será mais empreendedora. Se necessita de uma graduação política
de benefícios, pois o sistema (como é na maior parte do mundo) é de "tudo
ou nada": se alguém recebe uma pensão de invalidez ou um auxílio-doença, o
recebe 100% ou não recebe nada. Tem havido um incremento massivo nos serviços
de cuidados as crianças, e melhorar a qualidade é vista como fundamental para o
aumento da oferta de trabalho.
Neste gráfico, vemos algumas coisas interessantes: Noruega
aproveitou o boom dos preços do petróleo para reduzir de forma
significativamente a dívida pública (este é o U invertido que se vê de 2000 a 2012). Estão
alcançando um efeito para aumentar a participação laboral; esta é a maior linha
no gráfico (que é algo que não está acontecendo, em geral, na Comunidade
Europeia). A Noruega não está na Comunidade e não usa o euro, e tem mantido uma
taxa de câmbio mais estável (têm conseguido a reavaliação de 2000 até hoje, mas
o tipo de câmbio é aproximadamente o mesmo que nos anos noventa).
Lições para a América? Creio que são: pensar em como manter uma oferta
de trabalho elevada, definir grandes soluções para o desafio de cuidar das crianças
e dos idosos para permitir que as mulheres trabalhem. Aproveitar o boom do
petróleo e de “commodities” para reduzir a dívida pública (poucos têm feito).
Nenhum comentário:
Postar um comentário